A Rússia tem fama de ser um país machista – fama, aliás, mais do que merecida. Tanto é que, agora mesmo, a 7 de fevereiro do corrente, o parlamento aprovou, e Vladimir Putin sancionou, a lei que torna praticamente nulas as penas impostas ao marido que bater em sua mulher "uma vez por ano". Punições mais severas estão reservadas a quem "agredir a esposa duas vezes no mesmo ano ou quebrar-lhe algum osso", pois o marido que provocar "sangramento sem fratura", paga apenas multa ou pega, no máximo, 15 dias de cadeia. A medida foi saudada pelos líderes da Igreja Ortodoxa, para os quais, quando praticada "no limite do razoável", a violência contra a mulher "faz parte da tradição russa" e eliminá-la seria "sucumbir à pressão do Ocidente".