Desde o primeiro dia, a trilha sonora do Brasil soou polifônica, polimórfica, ritualística e, é claro, antropofágica. Tanto é que enquanto na proa, sob a cruz estampada no velame, um certo frei Maffeu modulava no órgão sua melodia sacra – enchendo de ânimo os marujos da frota de Cabral –, na praia, sob o dossel da floresta, os tupis se punham a chacoalhar seus maracás, balançando os guizos no compasso da criação. Mais tarde, um grumete dedilhou a gaita e Bartolomeu Dias deu um "salto real" nas areias alvas de Porto Seguro, surpreendendo a indiada. Mas não tanto quanto os nativos iriam estarrecer os portugueses tão logo soprassem suas flautas: elas eram feitas dos ossos dos inimigos que eles haviam devorado...
carnaval
Não me leve a mal
Com aquele penacho abanando no traseiro e a crista flácida que jamais ficou ereta, não havia como não achar que eu estava ali de galinha
Eduardo Bueno