
A vitória por 2 a 0 do Palmeiras sobre o Grêmio, na grande decisão da Copa do Brasil, foi resolvida 100% na bola. Não há uma vírgula sequer para acrescentar ou apontar como questionamento com relação à atuação da arbitragem.
Bruno Arleu de Araújo deu uma aula de controle e condução de jogo no Allianz Parque. Ressalto um lance específico que mostra toda a concentração e foco do juiz. O que ele fez no lance do primeiro gol do time paulista pode ter mudado a história da partida.
Isso porque Thaciano tentou derrubar Raphael Veiga na faixa central do gramado na hora em que ele começava a puxar o contra-ataque. Arleu chegou a levar o apito à boca, mas percebeu que a vantagem do ataque era muito clara. Por não ser apressado, ele baixou o apito e levantou o braço esquerdo sinalizando a continuidade do lance. A famosa lei da vantagem bem aplicada que resulta em um gol.
Olhando para outras situações capitais da partida, vale lembrar que o Palmeiras teve um gol bem anulado no primeiro tempo. O lance fica diluído no contexto do jogo até pela presença do VAR e pela precisão do assistente Bruno Raphael Pires, que marcou o impedimento de Rony no campo. O árbitro de vídeo apenas ratificou a decisão.
Por isso, ressalto como principal ponto positivo da atuação de Bruno Arleu de Araújo aquilo que deve ser o exemplo de comportamento de um bom árbitro dentro de campo. Qualquer juiz de alto nível precisa se impor com firmeza, autoridade e, acima de tudo, simplicidade.
O árbitro deve ser discreto, mas ao mesmo tempo não deve se esconder ou usar o VAR como bengala. Ele precisa mostrar que está ali para assumir o comando. Tomar decisões com convicção. Quanto menos o juiz aparece, mais o trabalho dele será ressaltado no final de tudo. Quem apita assim tende a precisar menos do VAR, mas sabe que o recurso está ali para salvar.
O elogio feito ao segundo jogo da Copa do Brasil pode tranquilamente ser ampliado para os primeiros 90 minutos. A boa notícia é que uma temporada cheia de polêmicas, termina com uma boa imagem que pode servir de esperança para a arbitragem brasileira.