
Em maio de 2016, escrevi o seguinte em GZH, que ainda não tinha esse nome propriamente, mas já era GZH em outro sentido. Bem, isso não importa. Importa sobre o novo presidente do Grêmio, Alberto Guerra. Fui procurar porque tinha em mente que essa impressão talvez fosse de 2010. Mas não: é de maio de 2016. Lá se vão mais de meia década ou seis anos e meio.
Era uma crônica anunciada. Ou será que fui profético mesmo? Bem, anos de experiência entrevistando dirigentes te dão uma certa percepção mais aguçada. Jornalistas e, especialmente, repórteres, categoria da qual nunca me desvincularia, vão treinando o olhar o gente. Enfim: boa sorte ao presidente Alberto Guerra.
Dos homens ligados ao futebol que assumiram o Grêmio nestes últimos anos, Alberto Guerra tem um estilo diferente em relação aos demais. Trata-se de um dirigente com perfil muito claro de, no futuro, pensar na presidência. A renovação nos gabinetes é uma exigência no clube, que durante muito tempo gravitou em torno dos grupos chefiados por Fábio Koff e Paulo Odone.
Não há resistências internas espessas a Guerra. O que lhe abre caminhos. Transitar com naturalidade pelos movimentos é uma credencial significativa. No imaginário do torcedor, o novo homem do futebol tem um trunfo. Foi Guerra quem avisou do letreiro campeão do mundo Fifa no Beira-Rio, o que fez a entidade mandar retirar o nome, por razões de propriedade industrial.
Ele trabalhava como advogado da Fifa na época. É uma sacada que não resultou em taça no armário, mas o fez cair na simpatia do seu torcedor. É assim que ele age: mais no bastidor e nas atitudes; menos na falação. Guerra é um homem pacífico. Se der certo na guerra (trocadilho inevitável), dada a pressão dos anos de jejum, de levar o Grêmio a um título, vão lembrar dele para a presidência.