As práticas de comunicação de Mano Menezes em seu retorno ao futebol pelo Inter são um bálsamo em tempos de travas, obstáculos e burocracias que se chocam contra a transparência única trazido pelo diálogo. Não sei se ele continuará assim quando uma crise mais forte vier. Aí a intolerância aumenta e, às vezes, naturalmente o cerco e o cenho podem se fechar.
Discordarei, se acontecer, mas compreenderei. O fato é que ganho de conteúdo, para o torcedor, com esse espírito mais aberto não tem tamanho. Mano foi até a cerca do CT Parque Gigante, aproximando-se dos repórteres do dia a dia para conversar. Sim, isso é possível entre profissionais de um mesmo ambiente, embora em funções diversas, cada no seu lado do balcão, para além das formalidades do protocolo. Ninguém morreu no bate-papo. Saíram todos ilesos e melhores. Dessa resenha nasceu a informação da questão mental, relatada pelo repórter Filipe Duarte.
Como manter a régua alta até decisões de Sul-Americana que podem mudar a vida de cada jogador na vida do clube? Talvez seja melhor um reserva mordendo o garrão atrás do lugar ao sol do que um titular desfocado pensando na morte da bezerra, para usar uma analogia popular.
Tem a questão física do calendário espremido em ano de Copa. Só que, com inteligência, isso dá para recuperar de alguma maneira. Há meios práticos: reduz carga de treino, descansa aqui, faz exame de CK acolá. Mas e o mental?
Como se entra na cabeça de um jogador em tempos de redes sociais? É tudo mais complexo e subjetivo. O diálogo ajuda a entender que o técnico, certo (como Mano) ou errado, tem suas razões quando decide.