Renato acertou em manter, no Gre-Nal 428, o tripé de volantes que vinha melhorando o rendimento do seu time. O Grêmio havia batido no fundo do poço naquela derrota para a Católica por 2 a 0, ainda na largada da fase de grupos da Libertadores. O técnico veio para o plano B, se fechando e congestionando o meio-campo.
Sem Jean Pyerre e Maicon, lesionados, não havia muito o que fazer em temos de escalação no clássico. Ainda mais sem Geromel e Kannemann, ambos com covid-19. Nas substituições, Renato fez jus ao seu conceito ofensivo e colocou o time para frente. Tirou Darlan em nome de Luiz Fernando. Depois, mandou a campo Diogo Barbosa, um lateral agudo, e o veloz e driblador Guilherme Azevedo.
Não fosse o pênalti e a expulsão cometidos por Bruno Cortez, o Grêmio talvez tivesse melhor sorte do que um empate que o atrasou na tabela do Brasileirão. No conjunto da obra da partida, entretanto, mesmo sem brilho, o Grêmio finalizou mais. Foi um tanto melhor. Teve menos posse de bola, porém mais perto de Marcelo Lomba.
A história da decolagem poderia ter sido evitada por Renato no pós-jogo. Parece-me que o torcedor gremista cansou deste tipo de promessa, que perdeu força até em termos de sacada, por ser repetida. Os torcedores já não reagem da mesma maneira. Desconfiam em vez de acreditar.
O certo é que o modelo tático do 4-1-4-1, com três volantes de origem, estancou a sangria de rendimento que vinha desmantelando a equipe até aquele jogo no Chile, mas tornou o Grêmio previsível e morno. Um time comum, que não entusiasma. É notória a falta de criatividade. Em forma, Maicon tem de jogar. Jean Pyerre, quando se recuperar da covid-19, também. Ele ou outra opção mais criativa.
Do contrário, o Grêmio seguirá assim: comum demais para o que pretendia ser no começo da temporada.