Foi uma vitória consistente, contra um adversário maduro e que se defende muito bem, além de ser comandado por um dos melhores técnicos do país, que é o Mano Menezes. Placar de 3 a 1, com pênalti desperdiçado por D'Alessandro. O gol do Cruzeiro registrou impedimento de Fred, que participa da jogada, antes de Dedé completar. O Inter teve mais volume e eficiência no ataque. Se impôs em casa. E com um novo time.
Agora, no Brasileirão, tirando a derrota com 10 reservas para a Chapecoense, o Inter exibe duas vitórias sobre candidatos a título, Flamengo e Cruzeiro. Perdeu por 1 a o para o Palmeiras, em jogo parelho no Allianz Parque.
O que remete para aquela velha questão de sempre: trata-se de um campeonato de elenco e, quando precisou escalar time alternativo, o Inter não conseguiu se impor. De qualquer maneira, agora tem o CSA em casa. Pode dar um salto rumo ao G-4.
Mas qual é o novo time?
Com força máxima disponível, Odair Hellmann parece ter encontrado uma formação que dá mais equilíbrio ao Inter. Com Patrick lesionado, Nonato recebeu chance e até gol fez. Ele melhora a transição. A fórmula D'Alessandro no primeiro tempo e Sarrafiore no segundo, não abrindo mão de um jogador mais de articulação no meio-campo, mantém a intensidade com a posse da bola o tempo todo, quando o camisa 10 cansa.
Portanto, basta acrescentar Rodrigo Dourado, quando voltar de lesão, e pronto. Eis um Inter capaz de se defender e atacar com mais equilíbrio entre as duas tarefas. O que não implica dizer que Patrick e até Parede (um atacante disciplinadíssimo na hora de ajudar a marcar, às vezes até abrindo mão de atacar, conforme a circunstância) não serão importantes.
O Inter venceu com mais posse de bola (53%), 16 a 14 em finalizações e fazendo menos faltas: 10 contra 15 do Cruzeiro. Em alguns momentos, especialmente no primeiro tempo, o Cruzeiro teve mais força ofensiva. Propor as ações implica risco. O Inter assumiu esse risco natural, e por isso venceu com margem de gols.
Um ótimo jogo, de duas grandes equipes.