Nem sempre a frieza dos números traduz a realidade de um jogo. Mas nesta terça-feira, no 3 a 0 barato sobre um Goiás 100% Argel, fechado, apostando em um contra-ataque que não veio e reclamando da arbitragem, a estatística indica uma verdade incontestável.
Em seu melhor jogo na Série B, o Inter teve 56% de posse de bola e finalizou nada menos do que 26 vezes, 10 delas chances claras, com milagres do goleiro Marcelo. No 4-1-4-1 que se repete há 45 dias, Rodrigo Dourado voltou ao seu patamar habitual, acertando 41 passes em 46. E tudo isso com Danilo Fernandes bocejando, trabalhando só no cara ou coroa do capitão. Não fez defesa alguma.
Houve muitos destaques. William Pottker, aberto pela direita, foi incansável na recomposição e pisando na área, apesar do pênalti perdido. Cláudio Winck, na lateral-direita, fez sua partida mais sólida, na defesa e no ataque. Mas o grande personagem foi o estreante Camilo.
Mesmo marcado, ele se movimentou muito e achou espaço na assistência para criar a jogada lúcida pelo flanco que culminou na abertura do placar, de Pottker. Os outros dois, de Leandro Damião, cobrando pênalti que aconteceu, e de Carlos (irregular, pelo impedimento na assistência) vieram no embalo.
O Inter agora tem tudo para fechar o turno no G-4. Argel reclamou da arbitragem, mas a verdade é que seu time foi péssimo: mal chutou a gol. Como poderia vencer ou mesmo empatar? A vitória veio como fruto do rendimento coletivo do Inter, esse é o ponto.
E isso é mérito do técnico Guto Ferreira.