O Inter tem um time competente, com jogadores abnegados e de alguma qualidade, comandados por um técnico concentrado e trabalhador. São qualidades para quem quer ser campeão de um campeonato de pontos corridos, onde a regularidade é mais importante do que o brilho. Nesta fórmula de disputa, um time pode ser campeão jogando com modéstia e eficiência, sem encantamentos, sem superações, às vezes sem heróis.
O Inter vem solidificando esses predicados. Não foi a vitória sobre o Sport que mostrou isso, mas uma sequência de resultados positivos em sucessão a outra de resultados negativos. Quer dizer: o time teve forças para se reerguer. E é assim que funciona, nessa fórmula. O time tem de buscar várias pequenas vitórias. As grandes são supérfluas.
Além disso, o grupo já não é mais tão “curto”, como gosta de dizer o treinador. Dourado voltou, emocionando o torcedor. Yuri Alberto surge como possibilidade. Galhardo se consolida. E o meio-campo, baseado em um grupamento de volantes marcadores, parece a cada dia mais forte.
O grupo do Inter não é pior do que o Atlético Mineiro. Comparando-se com seus concorrentes da parte de cima da tabela, só o Flamengo é claramente superior. Ou seja: o Inter tem boas e concretas condições de ser campeão.
A maior ameaça não são os adversários. São os compromissos em outras competições. O acúmulo de jogos tem atrapalhado o Inter. Não foi à toa que a decadência que o time experimentou no Brasileiro ocorreu em meio aos jogos da Libertadores. É importante definir prioridades. E hoje, para o Inter, é mais fácil vencer o Brasileiro do que qualquer outra competição.