No último clássico, antes do fechamento do Estado, o Inter já conseguiu uma façanha rara, nesta Era da Arena: enfrentou um Grêmio com jogadores mais renomados, alguns de Seleção, como agressivo Cebolinha, como azougues Pepê e Matheus Henrique, como a cortina de ferro formada por Geromel e Kannemann, enfrentou-os apoiados por 50 mil torcedores, e, se não venceu, foi quase.
Naquele jogo, não houve superioridade técnica flagrante de um time sobre o outro, mas houve superioridade tática. O time de Coudet parecia mais bem treinado, mais bem ensaiado, com seus jogadores obedecendo movimentos cerebrais, previamente estabelecidos. Eles sabiam o que tinham de fazer. E fizeram.
Isso aconteceu há quatro meses. Depois, os jogadores ficaram parados por um tempo, voltaram a treinar fisicamente e, agora, farão trabalhos coletivos. Nesse período, os dois técnicos ficaram no rio. Renato no Rio de Janeiro e Coudet no Beira-Rio. Renato na praia e Coudet trabalhando. Coudet não podia fazer coletivos, mas podia ensaiar jogadas, podia conversar com seus jogadores, podia observá-los, podia distinguir quem estava mais ou menos em forma para recomeçar. É uma grande diferença.
A vantagem do Inter é enorme.
Sei que, em clássico, tudo pode acontecer, mas a lógica, na maioria das vezes, se impõe. E a lógica é o Inter vencer.