Marcella Maia, 30 anos, ficou conhecida pelo grande público ao interpretar a Morte na novela da Globo Quanto Mais Vida, Melhor! (2021) e experimentou o sucesso ao estampar capas de revistas internacionais, conquistar trabalhos no cinema e nas plataformas de streaming, além de assinar contrato com uma gravadora no Brasil. Porém, a vulnerabilidade emocional e financeira acabou empurrando a artista, conhecida também por A Maia, de volta à prostituição. A informação foi publicada nesta quinta-feira (7) pela jornalista Mariana Morais, do Correio Braziliense. Em postagens em seu perfil no Instagram (confira abaixo), a atriz comenta sobre sua decisão.
Mineira nascida na periferia de Juiz de Fora e criada em Brasília, A Maia é mulher trans. Há quase 15 anos, passou pela cirurgia de redesignação de gênero, na Tailândia. Um ano antes disso, decidiu viver na Europa, onde já fez trabalhos badalados como modelo e atriz: desfiles nas semanas de moda de Londres e Milão, participações no filme Mulher Maravilha (2017), no clipe Like It Ain’t Nuttin — da cantora norte-americana Fergie — e na peça Roda Viva (2018) — de Chico Buarque com direção de Zé Celso Martinez Correa — estão em seu currículo.
A Maia revelou que enfrentava obstáculos em sua carreira de atriz desde o ano passado:
—Eu vinha de anos incríveis na minha carreira como atriz, havia alcançado minha independência financeira. Tinha vários projetos engatilhados no Brasil, mas de repente, percebi uma mudança inexplicável. Entendi que havia interesses em me silenciar.
Vítima de violência
A atriz ainda contou que o ex-parceiro a agredia verbalmente. No início de 2024, foi vítima de violência após o término de seu relacionamento de uma década:
—Após o término do meu relacionamento de 10 anos, enfrentei uma série de desafios inesperados. Fui deixada nas ruas de Milão (na Itália), meus pertences foram jogados em um saco de lixo, e me vi sem ter onde morar ou o que comer. Foi um momento extremamente difícil, que me obrigou a interromper minha carreira e enfrentar a incerteza do futuro.
Prostituição
Foi nesse contexto de dificuldades emocionais e financeiras que A Maia retornou à prostituição:
—Foi nesse momento de vulnerabilidade que a prostituição se tornou um refúgio para mim. Encontrei uma maneira de reconstruir minha confiança e garantir minha estabilidade financeira. Acredito no amor, mas depois de tudo o que passei, percebi que para entrar em um relacionamento, ele precisa valer muito a pena. Meu compromisso agora é me estabelecer financeiramente e construir uma base sólida para minha vida. Se alguém quiser fazer parte dela, terá que agregar e contribuir de forma significativa. Aprendi que não posso mais me entregar sem reciprocidade, pois sei o quanto sou valiosa e mereço ser valorizada.