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Em tempos de calor extremo e recordes nos termômetros sendo batidos no Rio Grande do Sul, o monitoramento da previsão do tempo ganha ainda mais destaque. É nesse âmbito que entra o papel das estações meteorológicas, um dos recursos utilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para fazer a verificação e a projeção das condições climáticas.
Elas representam um ponto, localizado em uma área estratégica de uma região, onde há um conjunto de instrumentos e sensores capazes de registrar a temperatura do ar, velocidade e direção do vento, umidade relativa do ar, radiação solar, chuva e pressão atmosférica. As estações são responsáveis por realizar a coleta dessas informações, que, posteriormente, serão utilizadas para análises.
— Elas são extremamente úteis para fazer a previsão do tempo de curto e médio prazo. Com elas, conseguimos ter um panorama de como está a massa de ar e fazer uma previsibilidade para as próximas horas. Isso aumenta o nível de certeza para os avisos meteorológicos — pontua Marcelo Schneider, meteorologista do Inmet.
Em território nacional, o Instituto Nacional de Meteorologia registra dados há mais de cem anos. Atualmente, o órgão conta com uma rede superior a 700 estações meteorológicas espalhadas pelo país. Foi uma delas, localizada na cidade de Quaraí, na Fronteira Oeste, que registrou o recorde de 43,8ºC no Rio Grande do Sul.
Estação automática x estação convencional
![Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) / Divulgação Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) / Divulgação](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/9/0/5/1/4/1/5_bb4790885e5c670/5141509_3a13e6fa0260ed5.jpg?w=700)
As estações meteorológicas podem ser classificadas em dois tipos: as convencionais e as automáticas. As principais diferenças entre elas são a periodicidade e o modo de coleta de informações.
Os dados de uma estação meteorológica automática são recolhidos por meio de instrumentos e sensores automatizados, sem necessidade de intervenção humana. Os equipamentos registam as informações de modo contínuo. De hora em hora, esses dados são integralizados e disponibilizados para a sede do Inmet, em Brasília, via satélite ou telefonia celular.
— Temos informações instantâneas e abertas para o público. Ao longo do tempo, com esses dados, conseguimos detalhar o contexto climático, fazer medidas de uma determinada região e fazer um comparativo — afirma Marcelo Schneider.
No caso das convencionais, a estação é composta por equipamentos analógicos, como termômetros, ou sistemas mecânicos de monitoramento. Nessas circunstâncias, existe a presença diária de uma pessoa treinada, conhecida como observador, que faz uma leitura manual dos dados em três horários fixos do dia, às 9h, às 15h e às 21h.
— Elas oferecem informações similares, mas a convencional tem dados extras, aferidas pelo ser humano, como identificação das nuvens na hora da observação. Elas se complementam — adiciona.
No Rio Grande do Sul, há 55 estações meteorológicas: 44 automáticas, sendo três fora de operação, e 11 convencionais.
Estações de parceiros
Há diversas redes de estações meteorológicas, geridas por diferentes instituições. O Inmet é considerado o órgão oficial de produção de dados meteorológicos no Brasil, mas ele também conta com o apoio de entidades parceiras para coleta de informações.
Por exemplo, na cidade de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, há uma estação automática gerida pelo Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos do Rio Grande do Sul (Simagro-RS), que registra informações e disponibiliza à entidade nacional.
Onde elas estão localizadas
A instalação de uma estação, seja ela automática ou convencional, deve ser feita em um local estratégico para que os registros tenham precisão. Elas são distribuídas entre as diferentes regiões do país e posicionadas em pontos afim de evitar interferências externas. Geralmente, são colocadas em áreas gramadas e livres de obstáculos, que possam vir a impedir a passagem da radiação solar ou que mudem as características do vento.
— Desde o início, tentamos escolher um lugar que seja mais representativo daquela região. Às vezes, pode não ser o "melhor" daquela cidade, mas é o que descreve ela — declara o meteorologista.
Qual é utilizada para dados oficiais?
Tanto as medições feitas pelas estações meteorológicas automáticas, quanto pelas convencionais são utilizadas para a coleta de informações relacionadas a temperatura do ar, velocidade e direção do vento, umidade relativa do ar, radiação solar, chuva e pressão atmosféricas, e podem ser utilizadas para registro de dados oficiais.
Há localidades que possuem apenas estações automáticas, outras apenas as convencionais e há aquelas que possuem os dois tipos. As convencionais costumam ser mais antigas e, por isso, apresentam um maior período de monitoramento.
Quando há os dois modelos, é possível que as informações registradas apresentem uma pequena variação. Nessas situações, de acordo com Marcelo Schneider, é considerado o registro mais elevado. Ou, caso a estação convencional esteve em pleno funcionamento desde que foi implementada, é feito um comparativo dos seus dados disponíveis.
— As convencionais são utilizadas para comparar períodos mais longos. Geralmente, quando há os dois tipos no mesmo sítio, usamos o dado maior entre as duas medições — afirma o especialista.
*Produção: Carolina Dill
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