O tempo no Rio Grande do Sul vem chamando a atenção nos últimos dias pelas diferenças meteorológicas entre as regiões. Enquanto a Fronteira Oeste e alguns municípios das Missões registraram ondas de calor, cidades mais ao Leste e ao Norte observaram, recentemente, pancadas irregulares e isoladas de chuva, inclusive com queda de granizo.
Até o fim de janeiro, segundo o meteorologista Marcelo Schneider, coordenador do 6º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), haverá um clima bastante variável. O especialista aponta que os índices nos termômetros continuam altos. O que se projeta é o predomínio de dias de tempo aberto, mas com possibilidade de chuva.
— Está se apontando uma frente fria para a próxima semana, mas ainda sim a chuva será irregular. A instabilidade pode até aumentar um pouco. A área que deve ser mais afetada nesse final de janeiro e começo de fevereiro é o Norte do Estado — pontua.
Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), adiciona que há a previsão de chegada de duas frentes frias até o dia 31, as quais devem influenciar na ocorrência de chuva mais generalizada. A primeira deve passar entre os dias 24 e 25, e a segunda entre 27 e 28 de janeiro. Para ele, porém, não será o suficente para atingir a média de precipitação de janeiro.
A maior parte das áreas, como região metropolitana de Porto Alegre, Vales, Serra, Litoral Norte, Sul, Planalto e Noroeste devem ter episódios de chuva característica de verão, pontuais e localmente fortes, especialmente no período da tarde. Não se descarta a possibilidade de temporais ou de precipitações acompanhadas de ventos fortes e granizo.
— Com o retorno do ar úmido para cá, com a formação de chuvas mais frequentes nessa segunda quinzena, existe a possibilidade de formação de temporais isolados em qualquer região do Estado. Contudo, o cenário mais perigoso para tempestade será quando a gente tiver esses sistemas meteorológicos mais generalizados atuando — explica Murilo.
Chuva é esperada para o Oeste do RS?
A chegada dessas frentes frias deve motivar a ocorrência de precipitações na Fronteira Oeste, na Campanha e nas Missões, que já começam a enfrentar consequências na agricultura e pecuária pela falta de chuva na primeira quinzena do mês.
— Temos várias áreas de instabilidade se deslocando pelo Rio Grande do Sul. Os finais de semana terão uma condição de chuva mais presente, mais significativa, principalmente na faixa Oeste do Estado gaúcho — pontua Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo.
Essa condição, contudo, não significa que elas serão suficientes para solucionar o déficit hídrico. Segundo o Inmet, essas regiões ainda vão precisar de maior atenção, pelo menos, até março ou abril. Isso porque, mesmo que a chuva ocorra, as temperaturas seguem muito elevadas, facilitando a rápida evaporação da água presente no solo.
Cidades dessa parte do Estado registraram ondas de calor recentemente, com máximas na casa dos 38ºC. De acordo com Guilherme Borges, apesar da continuidade do tempo quente e seco, não há previsão de que ocorra o fenômeno novamente dentro dos próximos dias.
* Colaborou Carolina Dill
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