Depois de dois dias de chuva intensa e vento, com direito a ciclone-bomba entre a noite de terça-feira (30) e a manhã desta quarta (1º), moradores de Porto Alegre aproveitaram a tarde de sol entre nuvens para limpar a sujeira causada pelo acúmulo de água. No bairro Rubem Berta, na Zona Norte, os apartamentos do térreo do Edifício Brasília chegaram a ficar com água na altura da metade da porta.
— A água começou a baixar pelas duas da madrugada. As roupas, dois colchões e cobertores estão tudo molhado. E o frio chegando. Noite passada eu dormi na casa de uma vizinha — comentou a diarista Milena Machado.
Milena e o companheiro dela passaram o dia retirando o barro que ficou dentro do apartamento. Na entrada, a moradora mostrou uma barreira construída com tijolos para evitar que a água entrasse. No entanto, não foi o suficiente:
— A água acumula muito rápido. Não dá tempo de salvar muita coisa.
Em outro ponto da zona norte da Capital, na Vila Farrapos, no bairro Humaitá, o caminhoneiro Marcílio Oliveira e o filho Matheus utilizavam um lava-jato para limpar os cômodos da casa.
— Ficou tudo embaixo d´água. Eu estava trabalhando e não deu tempo de tirar muita coisa. Levantei cedo e perdi um dia de trabalho para colocar as coisas no lugar — relatou o morador.
Na terça-feira, as residências localizadas na região ficaram completamente alagadas.