O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) analisou imagens do satélite Sentinel-1A e identificou uma provável mancha de óleo no litoral nordestino, próximo ao Rio Grande do Norte, no dia 24 de julho. O registro ocorreu dois dias antes da passagem do navio grego Bouboulina pelo local, anunciado pelo governo federal como o principal suspeito do derramamento do petróleo que tem chegado às praias do Nordeste desde 30 de agosto.
Em nota divulgada na página do laboratório, o pesquisador Humberto Barbosa, do Lapis, aponta que os dados de satélites divulgados pela Polícia Federal na sexta-feira (1º) podem ainda não ser suficientes para explicar a origem do fluido.
"Na imagem de satélite (...) do dia 24 de julho, foi detectada uma mancha de um fluido, possivelmente associado a petróleo, seguida por dois navios (um de grande porte e um de pequeno porte). O de pequeno porte está mais próximo à mancha, podendo ser o responsável pelo possível vazamento", diz o texto.
A mancha identificada possuía 85 quilômetros de extensão e 0,9 quilômetro de largura e estava a 40 quilômetros de distância da costa do litoral norte do Rio Grande do Norte. A mancha pode ser ainda mais extensa, pois o satélite não cobriu o fluido por completo.
O pesquisador chama atenção que a embarcação detectada na imagem de satélite não coincide com a data de passagem do navio Bouboulina pelo local, que ocorreu no dia 26 de julho. Barbosa agora investiga se essa mancha próxima é realmente vazamento de óleo. Outra possibilidade é ser um rastro deixado por um navio e capturado pelo Sentinel-1A.