O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou o coronel-aviador Darcton Policarpo Damião como novo diretor interino do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão responsável pelo monitoramento e divulgação de dados do desmatamento no país. Graduado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ele também tem mestrado em sensoriamento remoto pelo próprio Inpe e é doutor em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília (UnB).
Ele irá substituir Ricardo Galvão, demitido na sexta-feira (2). Pontes afirmou que vinha avaliando currículos e que o próximo diretor do Inpe seria alguém com experiência prévia em desmatamento e conhecimento em gestão.
Na descrição do vídeo publicado no canal no ministério no YouTube, é informado que Damião possui MBA em Gestão Empreendedora pelo ITA, entre outros cursos.
Mais cedo, em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro afirmou que o critério para escolher o novo diretor seria técnico.
— Eu tenho uma lista de currículos de possíveis profissionais profissionais para essa posição, estou chegando em Brasília agora (início da tarde de segunda-feira), estou dentro do avião ainda. Assim que chegar no ministério, vou analisar esses currículos. Já conversei com alguns candidatos no final de semana e, em conjunto, ali no ministério, a gente vai escolher um nome — explicou.
A controvérsia em torno da demissão de Ricardo Galvão começou depois que integrantes do governo de Jair Bolsonaro, entre eles o próprio presidente, passaram a criticar a divulgação de dados sobre desmatamento feita pelo instituto, que, entre outras coisas, monitora o desmatamento na Amazônia.
Bolsonaro fez críticas à atuação de Galvão durante um café da manhã com correspondentes estrangeiros na semana passada. De acordo com o presidente, os dados divulgados pelo Inpe sobre o desmatamento na Amazônia davam a impressão de que o órgão estaria a serviço “de alguma ong”. Os alertas de desmatamento registraram alta de 88% em junho e de 212% em julho.
Nesta segunda-feira (5), o presidente afirmou em Sobradinho (BA) que "maus brasileiros" divulgaram "números mentirosos" sobre o desmatamento na floresta Amazônica.
— A Amazônia tem um potencial incalculável. Por isso, o mundo está de olho nela. Por isso, alguns maus brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos contra a nossa Amazônia — afirmou o presidente.