É dia de racionamento em praticamente toda a Asa Norte, região do Plano Piloto de Brasília, que sedia o evento internacional. Não há falta de água na área do estádio e do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, mas a população que mora a menos de 500 metros dali está sem o serviço, por causa da crise hídrica que atinge o Distrito Federal, situação que ainda não tem data para acabar. Quem tem água na região está utilizando caixa d'água.
Os protestos pela falta de água durante o primeiro dia do evento foram marcados pela presença de agentes da Polícia Civil, que levaram um boneco inflável gigante do governador do DF, Rodrigo Rollemberg, para o local de acesso ao centro de convenções. A água, no entanto, era apenas pretexto para o barulho dos policiais. O que os agentes realmente cobram é a equiparação de seus salários com os da Polícia Federal. Com faixas em português e inglês, os policiais criticaram a incapacidade do governo de resolver os problemas básicos de sua gestão, quanto mais lidar com o racionamento que afeta a região há mais de um ano.
O trânsito segue intenso nesta segunda-feira (19) nas áreas próximas do evento. Como o governo pôs estruturas do fórum para funcionar dos dois lados do chamado "Eixo Monumental" de Brasília, principal via de acesso à Esplanada dos Ministérios, as pessoas são obrigadas a andar por cerca de dez minutos debaixo do sol quente e cruzar a avenida para chegar a cada uma das estruturas do evento. Há falhas na sinalização e pessoas ficam zanzando, procurando a entrada das estruturas ao lado do estádio.
Na abertura oficial do fórum, no Ministério das Relações Exteriores, Rodrigo Rollemberg disse que o DF sairá do rodízio de água até o fim deste ano. Sua gestão culpa o atraso de obras de governos anteriores pelos problemas atuais com o abastecimento.